A Energia Solar na Arte
Bordalo II acredita que “a Arte tem um papel social cada vez mais importante, como forma de comunicação e de consciencialização do público que a aprecia. Já não basta a apreciação da arte pela estética, se a estética não comunica para além do bonito ou do grotesco”. Tendo isto como um dos grandes princípios base, os materiais reutilizados pelo artista, relacionam-se com os temas que representa, por forma a transmitir uma mensagem simples.
A Energia Solar na Arte 💛
O artista plástico Lisboeta partilha que “é curioso que a sua última série de trabalhos tenha a ver com Luz e a obtenção da mesma através da energia solar. Apesar dos trabalhos de arte pública terem dimensões consideráveis e cores que chamam a atenção durante o dia, percebi que, na envolvência da metrópole, se perdem entre dezenas de outdoors publicitários, com cores ainda mais berrantes e que de noite desapareciam, ficando apenas visíveis as publicidades luminosas, constantemente a apelar ao consumo desmedido.
Numa tentativa de enaltecer as peças que tenho nas ruas das cidades, onde acredito que é mais urgente a mensagem que passo ser recebida e compreendida, comecei a fazer estas instalações com luz, numa espécie de disfarce do “inimigo”.
“As minhas peças que têm vida durante o dia, através da luz direta do sol, de noite, não tinham qualquer energia. Agora, brilham 24h/dia e sempre através da luz solar porque, obviamente, a energia que potencia as luzes destas novas peças à noite, é obtida através de painéis solares e sistemas independentes de redes elétricas. E se tal obtenção não fosse possível desta forma, não poderia iluminar as minhas obras – estaria a ir contra o que defendo, pois, a eletricidade “clássica” tem também um peso na questão da sustentabilidade.
A energia solar remete diretamente para a luz, que é provavelmente o fator mais importante da arte plástica. Sem luz não há cor. Para a arte pública, como é o caso da minha, sem a energia solar, não há obra.
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Artigo escrito pelo nosso convidado Artur Bordalo, mais conhecido por Bordalo II, artista plástico que cria e recria a arte a partir do lixo. Conheça a visão do artista português de referência, que nos confronta com o nosso consumismo.