Caso de sucesso: Instalação de Sistemas Fotovoltaicos em Autoconsumo residencial
Inspire-se com um exemplo de uma casa quase 100% autossuficiente através do sol de Lisboa!
1.Que tipo de sistema fotovoltaico está instalado na sua cobertura?
Em 2015, quando começámos a habitar esta casa, não existia qualquer tipo de produção de energia própria, então optámos por instalar um sistema de autoconsumo com 2 painéis de 250W cada. Este sistema serviu para o autoconsumo durante o período diurno, representando uma redução de cerca de 10€ na fatura mensal, e ficou pago passados 5 anos. Atualmente, temos 12 painéis de 320W, cerca de 3,8 kWp no total, assim como uma bateria de 12 kWh para armazenar o excedente. E, além do fotovoltaico, temos 2 coletores solares térmicos para produção de águas quentes sanitárias.
2.Como é utilizada a eletricidade solar produzida por este sistema?
Graças às baterias, que armazenam a energia produzida que não conseguimos utilizar, podemos carregar os veículos elétricos, ter iluminação e utilizar equipamentos elétricos durante a noite. Assim, alcançamos uma taxa de autoconsumo a rondar os 90%, ou seja, usamos quase todo o sol que bate no nosso telhado! Somente quando não estamos em casa e as baterias ficam cheias, há exportação para a rede: cerca de 10% do total produzido por ano. Nos meses de sol temos autoconsumo em pleno, só no inverno e em dias de chuva é que se recorre à rede elétrica. Como temos um tarifário bi-horário, aproveitamos os períodos de vazio para carregar os carros e as baterias com um custo mais baixo.
3.Que impacto tem este autoconsumo fotovoltaico no dia-a-dia familiar?
Desde 2015 que temos instalados, nos quadros da casa, alguns mostradores que informam sobre a eletricidade que está a ser consumida e a que está a vir da rede elétrica. Assim, toda a família foi-se habituando a realizar as suas principais atividades, os almoços e os jantares a serem cozinhados e as máquinas a lavar durante os picos solares, que é quando tínhamos a energia mais barata de todas – a do Sol – e sempre renovável! Desde que temos armazenamento, tentamos, mesmo assim, não injetar o excedente na rede: ligamos o veículo elétrico, aproveitando assim essa segunda bateria que temos em casa.
4.Quem foi o instalador?
A instalação dos 2 primeiros painéis e, agora, dos 12 mais recentes, foi sempre a mesma empresa, a Solar Impact. Foi esta a empresa escolhida pela sua experiência na área e pela confiança transmitida, e também porque são os representantes da marca do inversor e das baterias que temos. Mais confiança na garantia, na assistência e no know-how são fundamentais!
5.Tem algum software de monitorização da produção solar?
Devido à minha profissão, tenho um gosto especial por criar os meus programas, sendo que usei o sistema Home Assistant, que integra de uma forma visual várias informações dos meus diversos dispositivos (inversor, baterias, carregador do veículo elétrico, consumos nos vários pisos da casa, frigorifico, máquina de lavar,…). Através desta aplicação, toda a família consegue acompanhar, tanto no computador como no telemóvel, a eletricidade que está a ser produzida, onde está a ser consumida e quanta é exportada. Nesta aplicação, temos também informação sobre as previsões do tempo para o dia atual e o seguinte. Assim, caso amanhã esteja um dia chuvoso, podemos carregar as baterias de casa à noite com eletricidade da rede (tarifa mais baixa) e utilizá-la durante o dia em que não haverá luz solar. Graças ao histórico de todos os consumos desde 2015, conseguimos observar o impacto da instalação dos 12 painéis fotovoltaicos e das baterias: uma poupança de 100€ mensais!
6.Como é feita a manutenção do sistema fotovoltaico?
Geralmente, de 2 em 2 meses subo ao telhado com um escadote e, com uma simples esfregona molhada e água limpa, lavo aos painéis. Também o faço após eventos de poeiras.
7.Qual foi o valor do investimento neste sistema?
A instalação mais recente dos 12 painéis juntamente com as baterias, em 2020, custou cerca de 9000 €. Nesta ocasião, candidatei-me e recebi um incentivo do Fundo Ambiental para este tipo de sistemas: 2500 €, na altura. Portanto, estando a alcançar uma poupança de cerca de 100€ mensais, espero em 5 ou 6 anos rentabilizar o investimento.
8.Na sua opinião, quais são os maiores desafios à instalação de fotovoltaico nos edifícios residenciais?
Apesar dos incentivos do Fundo Ambiental contribuírem para um boom fotovoltaico nos últimos anos, há ainda muita falta de informação. Por um lado, as pessoas não veem bons exemplos de casos reais que funcionem e que fazem sentido, achando que demora a rentabilizar, que vão ter problemas elétricos e que não vão estar em casa para usufruir da produção. Por outro, não devem encarar como algo que se rentabiliza depressa, mas sim em mais de 5 anos: um investimento a médio/longo prazo.
9.O que diria a outros residentes para os motivar a também instalar um sistema fotovoltaico nas suas residências?
Aconselho a que, numa primeira fase, sigam atentamente os seus consumos. Não esperar somente pela fatura no final do mês, mas perceberem quanto, quando e como é que consomem eletricidade, e onde faz mais sentido colmatar esses consumos com fotovoltaico. Através do próprio e-balcão da E-Redes, pode-se consultar a curva de carga e planear um sistema fotovoltaico, com ou sem armazenamento, à sua medida. Creio que não se deve investir num sistema muito grande logo de início, pois irá produzir em excesso, não ter efeitos práticos e demorar muito a pagar-se. A vantagem do fotovoltaico é poder ser gradual, consoante a experiência que se vai tendo. O ser autónomo a nível energético é muito importante para a nossa família, pois gostamos de saber que os nossos veículos andam com o sol, a casa é alimentada pelo sol e que, ao fim de algum tempo, vamos passar a obter sempre lucro!
10.Considera evoluir para um autoconsumo coletivo no seu bairro?
No nosso caso, não creio que seja uma solução, dado que as casas estão relativamente isoladas e as pessoas preferem ser independentes de vizinhos e de condomínios. O fotovoltaico coletivo faz, pois, muito sentido para um condomínio que tenha um telhado amplo, uma fábrica, uma escola, uma empresa que tenham telhados grandes onde possam ser instalados sistemas de maior dimensão. Nesses locais, a eletricidade produzida em excesso poderá ser cedida aos seus vizinhos próximos a preços reduzidos, formando-se as comunidades de energia. Em Lisboa há tanto potencial nas coberturas de supermercados, armazéns, parques de estacionamento, etc.!
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