Caso de Sucesso: Instalação de Sistemas Fotovoltaicos na Piscina Municipal de Campo de Ourique
Fique a conhecer a visão da Junta de Freguesia de Campo de Ourique para uma Lisboa Cidade Solar
Entrevista Exclusiva [Parte 1]
Entrevista Exclusiva [Parte 2]
Entrevista Exclusiva [Parte 3]
1. O que motivou a instalação de energia solar na cobertura da Piscina Municipal de Campo de Ourique?
A Piscina Municipal de Campo de Ourique é um equipamento municipal gerido pela Junta de Freguesia. Assim, o impulso para a instalação do sistema de energia solar fotovoltaica partiu da Camara Municipal de Lisboa ao querer aproveitar o potencial solar na cobertura de equipamentos como este. Do ponto de vista de quem gere a instalação, além da preocupação ambiental, a motivação está na velocidade a que o investimento se torna verdadeiramente rentável. Numa cidade como Lisboa, o valor do investimento é compensado após um número muito curto de anos.
2. Como é composto este sistema fotovoltaico?
São 136 módulos de alta eficiência do fabricante Telsun, cada um com 320 W de potência pico, estando instalados no total 43,5 kW na cobertura da piscina. A potência produzida pelos sistemas (em corrente contínua) é depois transformada (para corrente alternada) por 2 inversores que estão instalados na zona técnica, cada um com uma potência máxima de 20 kW, estando acessíveis 40 kW para serem utilizados na Piscina Municipal, nomeadamente na manutenção da temperatura da água e do ar.
3. Há planos para novas instalações fotovoltaicas na Freguesia de Campo de Ourique?
Por um lado, juntamente com o parceiro EMEL, encontramo-nos a estudar formas de explorar a área do parque de estacionamento da própria Piscina Municipal que, sendo uma infraestrutura de grande dimensão, cujo elevado potencial solar não está a ser aproveitado. Por outro lado, estamos a averiguar, juntamente com a CML, o aproveitamento do potencial solar dos equipamentos escolares na nossa Freguesia. Envolvendo coberturas com elevada área disponível, algumas delas planas, e outras viradas a nascente ou a sul, é evidente que os telhados dos edifícios escolares devem ser aproveitados numa cidade com a exposição solar que tem Lisboa. A utilização da cobertura da própria sede da Junta de Freguesia está também a ser estudada. Outra instalação futura será a da ETAR da Avenida de Ceuta, um dos maiores consumidores de energia elétrica da cidade, e que poderá vir a ser o maior campo solar da cidade de Lisboa. Importa aqui referir que, ao contrário das instalações nos telhados, neste caso, o impacto visual dificilmente poderá ser ignorado.
4. Quais consideram ser as principais vantagens da instalação de sistemas fotovoltaicos?
Se pensarmos no território, ou à escala da cidade, ou mesmo do planeta, o benefício está no impacto ambiental que tem. Para a Junta de Freguesia, a vantagem está na poupança financeira que um equipamento como este permite: o autoconsumo da eletricidade solar produzia por este sistema já representa uma poupança energética de mais de 30% por mês. Além disso, no caso de uma piscina como esta, cuja cobertura é composta por grandes lajes lisas, expostas ao sol, e de estrutura reforçada, a instalação de um sistema fotovoltaico não representa uma dificuldade, pelo que é um potencial que se deve, sem dúvida, aproveitar.
5. Algum conselho para outros decisores que consideram a instalação de sistemas fotovoltaicos nas suas organizações?
Recomendar, a quem exerce uma função como a minha ou semelhante, em Lisboa, o trabalho e a parceria com a Lisboa E-Nova. O contributo da Agência foi essencial para que conseguíssemos aproveitar de modo eficiente este potencial solar que tínhamos identificado.
6. Uma das metas para a ação climática em Lisboa até 2030 é atingir 103 MW de fotovoltaico instalado na cidade. Que fatores considera fundamentais para se alcançar este objetivo?
Lisboa tem que saber lidar com o seu potencial solar, e em relação com a vida ao ar livre que a luz particular desta cidade proporciona. Isto exige a quem gere equipamentos, e a quem gere faturas de eletricidade, uma visão: em todos os espaços devem ser feitas contas de quanto custa a criação de uma infraestrutura de produção de energia solar, e qual é o retorno que conseguimos com esse espaço. Esta é a nossa visão; que deve ser nossa e de toda a cidade, porque faz parte da identidade de Lisboa.
Eu resumia os fatores fundamentais a um: a disponibilidade. Se houver disponibilidade, pensamos nos espaços onde podemos fazê-lo, pois o fator que não depende de nós, a exposição solar, nós já temos. Estando reunidas as condições naturais, a ação vai depender da vontade, da coragem. É uma decisão que se tem que tomar.
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